domingo, 27 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Amarelo - II



LIV

Pobre mendigo!
Queres uma mulher nua,
mas só tens a lua
para dormir contigo.


A lua - imagina -
que nem a um poeta
satisfaz!
- Sonâmbula mulher incompleta
com cabeça de menina
e corpo de gás...

José Gomes Ferreira
Eléctrico, 1956

Amarelo - I

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alceu Valença




Sete Desejos

Recomeçando das cinzas
Eu faço versos tão claros
Projeto sete desejos
Na fumaça do cigarro


Eu penso na blusa branca de renda
Que dei pra ela
Na curva de suas ancas,
Quando escanchada na sela


Lembro um flamboyant vermelho
No desmantelo da tarde
A mala azul arrumada
Que projetava a viagem


Recomeçando das cinzas
Vou recompondo a paisagem
Lembro um flamboyant vermelho
No desmantelo da tarde


E agora, penso na réstia
Daquela luz amarela
Que escorria no telhado
Pra dourar os olhos dela


Recomeçando das cinzas
Vou renascendo pra ela
E agora penso na réstia
Daquela luz amarela


E agora penso que a estrada
Da vida tem ida e volta
Ninguém foge do destino
Esse trem que nos transporta


E agora penso que a estrada
Da vida tem ida e volta
Ninguém foge do destino
Esse trem que nos transporta

Alceu Valença

http://letras.terra.com.br/alceu-valenca/44015/

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Estrelinha




É uma ave verdadeiramente minúscula, com um comprimento de apenas 9 cm e tão leve que pesa apenas 5 gramas (quatro ou cinco vezes menos que um vulgar pardal). (...)

O facto de a lista central da coroa ser cor-de-fogo está na origem do nome inglês Firecrest e também no nome científico Regulus ignicapilla (sendo que o termo igne é de origem latina e significa “fogo”, estando presente em palavras portuguesas como ígneo ou ignição, e capilla deriva do latim capillus, que significa cabelo – ou seja, ignicapilla significa que tem o cabelo cor-de-fogo).
Apesar de todas estas curiosidades, a estrelinha não é muito conhecida pela generalidade das pessoas, devido ao seu pequeno tamanho e à facilidade com que passa despercebida.
http://jornal.quercus.pt/scid/subquercus/defaultarticleViewOne.asp?categorySiteID=376&articleSiteID=2048

Charlie Parker

Foi como um relâmpago, uma coisa mesmo intensa. Acho que foi esse o primeiro grande click para a música que faço hoje. Foi o grande impulso para querer fazer música, para passar grande parte do tempo a estudá-la. Percebi depois que algo de semelhante aconteceu a muitos dos músicos que ouviram Charlie Parker.

Steve Lehman
Ípsilon, Jornal Público
4/2/11





sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gérard Castello-Lopes




Vermelho - IV

Vermelho - III


"No blog Cantigas do Maio, Aurelio Malva partilha uma imagem alusiva à Revolução dos Cravos, que depôs o regime ditatorial em Portugal - Estado Novo - vigente desde 1933 até ao 25 de Abril de 1974, data em que as pontas das espingardas foram enfeitadas com a flor vermelha. Imagem editada por Miguel Fontes" (http://pt.globalvoicesonline.org/2011/01/31/portugal-pontos-de-encontro-e-reflexao-sobre-o-egipto/)

Brassens




Les amoureux des bancs publics

Les gens qui voient de travers
Pensent que les bancs verts
Qu'on voit sur les trottoirs
Sont faits pour les impotents ou les ventripotents
Mais c'est une absurdité
Car à la vérité
Ils sont là c'est notoire
Pour accueillir quelque temps les amours débutants

Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'fouttant pas mal du regard oblique
Des passants honnêtes
Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'disant des "Je t'aime" pathétiques
Ont des p'tit's gueul' bien sympatiques

Ils se tiennent par la main
Parlent du lendemain
Du papier bleu d'azur
Que revêtiront les murs de leur chambre à coucher
Ils se voient déjà doucement
Ell' cousant, lui fumant
Dans un bien-être sûr
Et choisissent les prénoms de leur premier bébé

Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'fouttant pas mal du regard oblique
Des passants honnêtes
Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'disant des "Je t'aime" pathétiques
Ont des p'tit's gueul' bien sympatiques

Quand la saint' famill' machin
Croise sur son chemin
Deux de ces malappris
Ell' leur décoche hardiment des propos venimeux
N'empêch' que tout' la famille
Le pèr', la mèr', la fille
Le fils, le Saint Esprit
Voudrait bien de temps en temps pouvoir s'conduir' comme eux

Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'fouttant pas mal du regard oblique
Des passants honnêtes
Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'disant des "Je t'aime" pathétiques
Ont des p'tit's gueul' bien sympatiques

Quand les mois auront passé
Quand seront apaisés
Leurs beaux rêves flambants
Quand leur ciel se couvrira de gros nuages lourds
Ils s'apercevront émus
Qu' c'est au hasard des rues
Sur un d'ces fameux bancs
Qu'ils ont vécu le meilleur morceau de leur amour

Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'fouttant pas mal du regard oblique
Des passants honnêtes
Les amoureux qui s'bécott'nt sur les bancs publics
Bancs publics, bancs publics
En s'disant des "Je t'aime" pathétiques
Ont des p'tit's gueul' bien sympatiques

http://fr.lyrics-copy.com/georges-brassens/les-amoureux-des-bancs-publics.htm

Chopin e Lipati

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Amigos

Aos amigos

 Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão.




Herberto Helder
Poesia Toda

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Branco - X




O meu amor
Chico Buarque/1977-1978
(Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque)



Teresinha:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai


Lúcia:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai


As duas:
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz


Lúcia:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai


Teresinha:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai


As duas:
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

http://www.chicobuarque.com.br/letras/omeuamor_77.htm


Milton Nascimento