quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Branco - MXLV


O poeta é um caçador atrás do verso que não há.


Manuel Alegre
Jornal Público 
(9/08/2003)

Carlos de Oliveira


INSTANTE


Esta coluna
de sílabas mais firmes,
esta chama
no vértice das dunas
fulgurando
apenas um momento,
este equilíbrio
tão perto da beleza,
este poema
anterior
ao vento.



Carlos de Oliveira
Sobre o Lado Esquerdo (Publicações D. Quixote)
(1968)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Azul - MXLV


É esbelto, muito afuselado, foi construído com material de primeira qualidade. Deve ter navegado bastante. A este porto chegou por acaso. De resto as viagens são um acaso. Chama-se Nota Azul.



Antonio Tabucchi
Mulher de Porto Pim, Difel, s/d.
(1983)

Preto e Branco _LXXIX


Ser Negro
é ter de esperar
que os brancos tenham
transplantações
 de alma.



Turner Brown Jr.
Ser Negro, Galeria Panorama
(1969)

Cores



A rota bordaliana é um projeto da autarquia, que vai colocar peças de grandes dimensões de Bordalo Pinheiro em diversas fachadas e espaços públicos. A nova rotunda junto à estação de comboios é o primeiro ponto da rota, que está a ser ultimada, e ao longo da qual irão ser colocadas cerca de 20 figuras cerâmicas gigantes de Rafael Bordalo Pinheiro. 

http://jornaldascaldas.com




 Grandes… muito grandes! É imediatamente a palavra que ocorre quando se olha para as figuras de cerâmica que irão integrar a Rota Bordaliana.


http://www.tintafresca.net/News



Figuras construídas “à escala humana, de 1,80 metros de comprimento”, como o conhecido Zé Povinho, a Saloia, o Padre Cura ou os gatos” vão estar, em 2015, espalhadas por diversas ruas da cidade, disse o presidente da Câmara durante a inauguração da rotunda. 


http://oesteglobal.com






domingo, 26 de outubro de 2014

Preto e Branco - LXXVIII


Helena Almeida
(Maridajes, 2014)


(...) La exposición "En Femenino", nos enseña como varios fotógrafos han acudido de manera recurrente, ya sea por placer o por profesión, a mostrarnos el universo femenino en sus fotografías. (...)

Así mismo, el recorrido nos acerca instantáneas robadas de mujeres que deambulan por museos (Gabriel Cualladó y Rafael Sanz Lobato), el gesto fugaz de una mujer al entrar en un coche (Xavier Miserachs), las esperas en el entreacto del teatro o en el descanso del trabajo (Oriol Maspons y Paco Gómez), los abrazos furtivos (Ramón Masats y António Julio Duarte), así como retratos que nos sugieren mundos poéticos (Helena Almeida), junto a mujeres fascinantes que posan conscientes (Humberto Rivas y Nicolás Muller) o ausentes (Javier Vallhonrat y Joan Colom). El resultado es una enriquecedora constelación de fascinantes historias sobre la mujer.



http://roda.es/prensa/noticias/noticia-ampliada/resultados



António Júlio Duarte
(Maridajes, 2014)

domingo, 19 de outubro de 2014

Vermelho - LXXIV

     Na rua, a esta hora, ele passeia-se com certeza para cá e para lá, como uma bola presa por um elástico ao tronco do candeeiro - a sombra oblíqua para um lado e a volta, o caminho reconhecido, para cá, obstinado. Dir-lhe-ei: mas hoje não, saio sozinha comigo, com o meu vestido e os meus pingentes, ficarei livre de sorrir a perguntar: e tu, queres sopa?
     Um vestido vermelho. E pintar a cara, ver-me ao espelho com desproporcionados olhos de formiga, serei um desenho animado. Brincos que tilintem quando eu disser que  decididamente não. O restolhar e o tilintar, ruídos das fantasias do corpo. (...)



Luísa Costa Gomes
13 Contos de Sobressalto (Os Dois Relógios), Livraria Bertrand, 1982.

domingo, 12 de outubro de 2014

Branco - MXLIV


Afirma Pereira que tinha pensado escrever um pequeno artigo para a rubrica Efemérides dedicado a Rilke, que tinha morrido em vinte e seis, e portanto fazia doze anos que tinha desaparecido. E depois tinha-se posto a traduzir um conto de Balzac. Tinha escolhido Honorine, que era um conto sobre o arrependimento e que seria publicado em três ou quatro episódios. Pereira não sabe porquê, mas pensava que aquele conto sobre o arrependimento seria como uma mensagem numa garrafa que alguém poderia recolher. Porque havia muito de que nos arrependermos, e um conto sobre o arrependimento vinha a propósito, e este era o único meio para transmitir uma mensagem a alguém que a quisesse ouvir.


António Tabucchi
Afirma Pereira
(1994)
Publicações D. Quixote, 2000

Vermelho - LXXIII





Priscila Fernandes

The Book of Aesthetic Education of the Modern School

(2014)


http://priscilafernandes.net/modernschool/

http://www.fundaciomiro-bcn.org/

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cores




As Ilhas Desconhecidas são notas tiradas na viagem aos Açores e à Madeira, de 8 de Junho a 29 de Agosto de 1924, com a habitual espontaneidade do escritor que regista as suas primeiras impressões. Pode dizer-se sem exagero que este livro potencia e afina as qualidades de Brandão paisagista, porque, se n' Os Pescadores são notáveis e sui generis as notas sobre a luz e os seus infinitos cambiantes, a linguagem e a adjectivação da cor neste livro atingem uma originalidade definitivamente marcante. O Brandão d'Os Pescadores é o Brandão da luz; o Brandão d'As Ilhas Desconhecidas é o da cor. Se naquela obra os termos referentes à luz (e seus cambiantes) são mais frequentes, nesta, os termos respeitantes à cor (e seus cambiantes) são muito mais frequentes. O seu livro é, pois, um poema à luz e principalmente às cores insulares. 


http://www.culturacores.azores.gov.pt

Cores


http://thecalibraria.blogspot.pt


Raul Brandão visitou os Açores no verão de 1924, no âmbito das visitas dos intelectuais então organizadas sob a égide dos autonomistas. Dessa viagem resultou a publicação da obras As ilhas desconhecidas - Notas e paisagens (Lisboa, 1926), uma das obras que mais influíram na formação da imagem interna e externa dos Açores. Basta dizer que é em As ilhas desconhecidas que se inspira o conhecido código de cores das ilhas açorianas: Terceira, ilha lilás; Pico, ilha negra; S. Miguel, ilha verde...



http://pt.wikipedia.org

Branco - MXLIII



                                             Cometa 67P / C-G

No dia 6 de agosto deu-se um primeiro passo de gigante no conhecimento sobre a formação do Sistema Solar: a sonda Rosetta chegou a 100 km do cometa 67P / C-G, marcando o começo da órbitaem torno do cometa e o mapeamento da sua superfície, com uma precisão incomparável. A Rosetta continuará a aproximar-se até uma distância mínima de 2.5 km do núcleo do cometa, preparando o envio do módulo Philae para a sua superfície, a 11 de Novembro.

Qual a importância da Missão Rosetta?

Pela primeira vez “orbitaremos” um cometa e acompanharemos a sua aproximação ao Sol, permitindo compreender as alterações da superfície do cometa e a sua atividade. Pela primeira vez temos um encontro marcado com um cometa e acoplaremos um módulo, Philae, na sua superfície, podendo colocar as “mãos na massa” explorando a sua composição química e a complexidade das moléculas que os constituem.

Qual a origem do nome da Missão Rosetta ?

A Pedra da Rosetta, descoberta em 1799, permitiu a compreensão dos hieróglifos egípcios, e Philae é o nome de uma ilha no rio Nilo onde se descobriu um obelisco que contribuiu para decifrar os hieróglifos de Rosetta.
Assim designou-se esta missão como Rosetta esperando que ajude a revelar e a compreender os mistérios do Sistema Solar.

http://www.cienciaviva.pt/esero/noticias/?accao=shownot&id_n=105

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Vermelho - LXXII



Lisboa 
Semáforos dançantes
(2014)