quinta-feira, 31 de julho de 2014

Vermelho - LXXI

"Isto é coral vermelho!" A segurar uma pequena amostra do que foi recolhido no fundo do mar, é assim que Joana nos apresenta aquele bem precioso, a rama que os pescadores algarvios costumam trazer agarrada às redes, sem saberem que há quem pague milhares para ter uma joia daquela cor. "Aqui só soubemos da sua existência depois de anunciarem a detenção de uma rede ilegal", conta a bióloga, a lembrar a notícia de há dois anos, segundo a qual a polícia marítima apanhou três portugueses e três espanhóis com 32 quilos do precioso coral que, no mercado paralelo, pode render mil euros por quilo. (...)

É esta equipa que lança o Projeto Baseline , em 2009, uma iniciativa a decorrer em 23 países, com o objetivo de mapear e documentar recifes profundos e as formas de vida que abrigam. Este ano, saíram dos EUA no início de junho e, depois de um primeiro mergulho nos mares das Bahamas, seguiram para os Açores e, depois, para o Algarve, sempre em parceria com equipas de cientistas locais. (...)


 http://visao.sapo.pt/em-busca-do-coral-vermelho=f791208#ixzz392zVETIs





http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=40978&op=all


domingo, 27 de julho de 2014

Azul - MXLIII



Ana Moura
Rumo ao Sul
(Carlos Viana - música; Jorge Fernando - letra)
(2009)


Azul - MXLII


Plêiades

http://pt.wikipedia.org

Preto - XXXVIII


Quem somos? Meros grãos de pó num deserto cósmico ilimitado.


Jorge Calado
Jornal Expresso
(2013)

Cores



No final de Junho de 2013, um binário excepcional contendo uma estrela de neutrões veloz e rodopiante sofreu uma mudança dramática de comportamento, mudança esta nunca antes observada. De acordo com o Telescópio Espacial Fermi da NASA, o "farol" de rádio do pulsar desapareceu e, ao mesmo tempo, o sistema aumentou cinco vezes de brilho em raios-gama, a forma mais poderosa de radiação electromagnética. (...)

Um sistema binário é composto por duas estrelas que orbitam em torno do seu centro de massa comum. Este sistema em particular, conhecido como AY Sextantis, está localizado a cerca de 4000 anos-luz na direcção da constelação de Sextante. O par é constituído por um pulsar de 1,7 milissegundos, chamado PSR J1023+0038 - ou J1023 - e por uma estrela que contém aproximadamente um-quinto da massa do Sol. As estrelas completam uma órbita em apenas 4,8 horas, o que as coloca tão próximas que o pulsar está gradualmente evaporando a sua companheira. (...)


http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2014/07/25_pulsar_j1023.htm

sábado, 26 de julho de 2014

Vermelho - LXX



Jean-Philippe Rameau
Platée (Acto II:  Formons les plus brillants concerts...Aux langueurs d'Apollon )
(1745)

Patricia Petibon (La Folie)
Le Concert D'Astrée
Emmanuelle Haïm (dir.)

(2011)

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Manuel Filipe



Manuel Filipe
Físico-Químicas
(1969)


http://www.cm-condeixa.pt/ManuelFilipe/galeria.html

Arco-Íris



Toronto
Parada do Orgulho Gay
(2011)


http://g1.globo.com



quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cores



Graça Bordalo Pinheiro
Exposição Metamorfoses
Biblioteca Municipal de Condeixa - Portugal
(2014)





sexta-feira, 11 de julho de 2014

Amor - XLIII


Gisela João
Meu Amigo Está Longe
Alain Oulman (música)
(2013)


Nem um poema, nem um verso, nem um canto, 
Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto 
Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, 
Meu amigo está longe 
E a distância é tão grande. 

Nem um som, nem um grito, nem um ai 
Tudo calado, todos sem mãe nem pai 
Amiga noiva mãe irmã amante, 
Meu amigo está longe 
E a tristeza é tão grande. 

Ai esta mágoa, ai este pranto, ai esta dor 
Dor do amor sózinho, o amor maior 
Amiga noiva mãe irmã amante, 
Meu amigo está longe 
E a saudade é tão grande.




José Carlos Ary dos Santos


http://www.musica.com

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vermelho - LXIX

     O "Sapucaia" apitou, recolheu a sua prancha e começou a afastar-se do grande barranco, que três inolvidáveis palmeiras, altas e garbosas, padroavam e se viam de largo, nobres como propileus e representativas como um brasão do seringal.
     Uma única luz ardia em terra: a do farol que iluminava os degraus de acesso à varanda do barracão maioral, esse farol que, durante anos, eu fora encarregado de acender, de apagar e de limpar dos insectos que sobre ele morriam ao longo das noites tropicais.
  "Ainda disse adeus com um lenço, mas ninguém me respondeu" - recorda-me o velho papel onde fixei, a lápis, pouco tempo depois, a emoção dessa segunda aventura, maior e mais incerta ainda do que a primeira, duma existência sonhadora e deserdada.
     A luz do farol ia diminuindo ao longe, pequena, estática, um ponto único e vermelho na noite da floresta - um ponto final na minha vida ali.


Ferreira de Castro
A Selva, Livraria Civilização
(1930)

1955



Cândido Portinari
A Onça
(1955)


http://www.ceferreiradecastro.org/silas/a_onca.htm



domingo, 6 de julho de 2014

Verde - XLI



Claudio Monteverdi
Zefiro Torna, oh di soavi accenti
(1632)

L'Arpeggiata (dir. Christina Pluhar)
Nuria Rial (soprano)
Philippe Jaroussky (contratenor)
(2009)

Zefiro torna e di soavi accenti
l'aer fa grato e'il pié discioglie a l'onde
e, mormoranda tra le verdi fronde,
fa danzar al bel suon su'l prato i fiori.

Inghirlandato il crin Fillide e Clori
note temprando lor care e gioconde;
e da monti e da valli ime e profond
raddoppian l'armonia gli antri canori.
Sorge più vaga in ciel l'aurora, e'l sole,
sparge più luci d'or; più puro argento
fregia di Teti il bel ceruleo manto.

Sol io, per selve abbandonate e sole,
l'ardor di due begli occhi e'l mio tormento,
come vuol mia ventura, hor piango hor canto.


Ottavio Rinuccini

Azul - MXLI



Caribaci
Azul
(2014)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Cores


GLÓRIA


Depois do Inverno, morte figurada,
A Primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.


Miguel Torga
Poesia Completa, P. Dom Quixote, 2000

Cores


Eu gosto da presença fantasmática das pessoas. Gosto que os objectos signifiquem profundamente alguém. Os melhores objectos são esses, os que quase presentificam quem os fez ou quem os possuiu.
O lençol da mãe da mãe da minha mãe é um bocado de pessoa que não pôde morrer. Ficou perdurando para me conhecer. Para me cumprimentar e viver comigo, espero que para sempre. Quero transformá-lo numa toalha. Arranjar-lhe uma renda amarela, umas flores amarelas bordadas com flores azuis, e voltar a estender na mesa como se tivesse mudado de sexo ou qualquer coisa tão mudadora assim. Um linho que vive de outro modo. Um linho que era alguém e que passa a ser mais alguém. Um linho que soma. Que me soma.


Valter Hugo Mãe
JL- Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 1141
(25/6/2014)

Branco - MXXXIX


Como os Lobos mudam Rios
(a "cascata trófica" no Parque de Yellowstone)