segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Arco-Íris






Descobri José Manuel Castanheira através dos seus desenhos. Tocaram-me especialmente, porque possuídos de uma linguagem, impressionista e objectiva, se situam bem próximos de mim, quer afectiva quer profissionalmente. Esses desenhos procuram não só o prazer de olhar, mas também, e isso será o essencial, conseguir fixar com claridade aquilo que se tornará num espaço para um espectáculo.
Compreendo-o porque em cada cenógrafo existe esse desejo de dar a "ver" o que mais tarde serão os sons, as cores e os perfumes de uma representação teatral, com os primeiros desenhos, esquissos e outros croquis rabiscados em pedaços de papel.
Esses esboços funcionam como um contrato com aquele a quem eles desejam convencer, normalmente o encenador; serão então devolvidos, meses mais tarde, sobre o palco, tomando forma e espírito,
É aí também que reside a arte do cenógrafo; não se deixar traír quando a escala se torna humana. (...)



Guy-Claude François

José Manuel Castanheira - scénographies 1973-1993 - Catálogo da Exposição no Centre Georges Pompidou - 15 de Setembro-1 de Novembro de 1993, Nobilis, 1993



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