"Cresce atrás das coisas como incêndio de verdade". (Rilke - trad. MariaT.Furtado)
domingo, 30 de agosto de 2015
Vermelho - LXXXIII
12.
Sorrir às romãs crepusculares, pequenas luzes eternas,
iluminação das águas breves,
memória e transportá-la à boca de uma outra frescura,
- estrelas súbitas,
vermelho, antiga
longa madrugada anoitecida
António Pedro Pita
Melancolia Dupla, Pé de Página Editores, 2007
sábado, 29 de agosto de 2015
Amarelo - LXI
Nina Simone
Everyone's Gone To The Moon (Jonathan King-1965)
(1969)
Streets full of people, all alone
Roads full of houses never home
Church full of singing out of tune
Everyone's gone to the moon
Eyes full of sorrow, never wet
Hands full of money, all in debt
Sun coming out in the middle of June
Everyone's gone to the moon
Long time ago
Life had begun
Everyone went to the sun
Hearts full of motors painted green
Mouths full of chocolate-covered cream
Arms that can only lift a spoon
Everyone's gone to the moon
Everyone's gone to the moon
Everyone's gone to the moon
https://www.youtube.com/watch?v=73ks2TPPyho
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domingo, 23 de agosto de 2015
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Azul - MLXXI
"Vou casar-me... É um disparate, nem sequer gosto dele..." - pensou. Mas Marina distraiu-a com as perguntas que lhe fazia, e depois Branca veio ajudá-la a vestir-se, trazendo a costureira Judite como se fosse uma portadora de oferendas. Era o vestido. Parecia enorme, com folhos e saias de baixo, e uma laçada azul na cinta.
- Uma coisa azul, para dar sorte...
De facto, era uma extravagância de Ema. Quis sapatos azuis para acompanhar. De qualquer forma, ficou esplêndida, tendo frisado os cabelos e posto neles cachos de muguet. No peito brilhava o medalhão com turquesas, não quis privar-se de o levar.
- Outra coisa azul, para dar sorte; nunca é demais...
Agustina Bessa-Luís
Vale Abraão, Guimarães Ed., 1991
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segunda-feira, 17 de agosto de 2015
domingo, 9 de agosto de 2015
Branco - MLXIX
Estava uma manhã maravilhosa, de céu azul e limpo, ainda sem nuvens. Nick sentia-se feliz com a irmã e pensou que, fosse qual fosse o desfecho daquela situação, podiam passar os dois um bom bocado. Já aprendera que só se vivia um dia de cada vez, e que esse dia era sempre aquele em que se estava. Seria hoje até à noite e amanhã seria outra vez hoje. Essa fora a coisa principal que aprendera, por enquanto.
Ernest Hemingway
Contos de Nick Adams - A Última Região Boa, Livros do Brasil, s/d
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Preto e Branco - XL
(...)
É nessa forja, onde a forma surge a partir do traço da mão, que a sua obra poética e pictórica se situa. Uma e outra parecem nunca abandonar o momento inicial da criação em que o branco e o negro se constituem mutuamente. Ao inscrever-se gestual e gestalticamente na superfície do papel, a mão interroga o enigma da escrita. Da escrita que, escrevendo-se, me escreve. A inteligência autocaligráfica da mão dá-nos testemunho da transição entre legível e ilegível, entre visível e invisível. Vemos a palavra tomar forma. Ouvimo-la. Vemo-nos a ler. “O que é a escrita?”, “O que é a palavra?”, “O que é a leitura?”, perguntam as inscrições iterativamente. A mão sabe sempre mais do que eu. E no excesso significante e silencioso do traço, emerge também o sujeito escondido na escrita. Escondido na pura potencialidade do traço como desejo de ser e de inventar ser.
É nessa forja, onde a forma surge a partir do traço da mão, que a sua obra poética e pictórica se situa. Uma e outra parecem nunca abandonar o momento inicial da criação em que o branco e o negro se constituem mutuamente. Ao inscrever-se gestual e gestalticamente na superfície do papel, a mão interroga o enigma da escrita. Da escrita que, escrevendo-se, me escreve. A inteligência autocaligráfica da mão dá-nos testemunho da transição entre legível e ilegível, entre visível e invisível. Vemos a palavra tomar forma. Ouvimo-la. Vemo-nos a ler. “O que é a escrita?”, “O que é a palavra?”, “O que é a leitura?”, perguntam as inscrições iterativamente. A mão sabe sempre mais do que eu. E no excesso significante e silencioso do traço, emerge também o sujeito escondido na escrita. Escondido na pura potencialidade do traço como desejo de ser e de inventar ser.
Ana. Nome. No corpo de papel. Ana. Vir a ser Ana. Ser Ana. Ter sido Ana. Ser Ana depois de ser Ana. Ser Ana depois de ter sido Ana. Ana depois de Ana. Voltar a ser Ana. Ana outra vez. Ana ser. Ana só. Ser Ana. Ser só Ana. Ser Ana Ana. Querer ser Ana. Ana serena. Ana só Ana. Querer ter sido Ana. Não chegar a ser Ana. Não ser Ana. Ser quase Ana. Quase segura. Quase descalça. Ser sombra de Ana. Reflexo de Ana. Anagrama de Ana. Eco de Ana. Ser o ser Anagramático de Ana. Ser Ana na gramática de Ana. Na tisana de Ana. Na fonte de Ana. Ana fonte. Ana grama. Ana pó. Ana.
"Todas as palavras/ quando escritas/ são palavras de papel" (Ana Hatherly,Pavão Negro, 2003)
Manuel Portela
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-mao-inteligente-1704206
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segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Amarelo - LX
HitchBOT
Em Fevereiro deste ano, o destino escolhido pela sua “família” foi a Alemanha. Novamente de polegar esticado, o robô amarelo, calçado com botas de borracha de criança da mesma cor, começou a viagem por Munique e nos dez dias seguintes andou de carro, autocarro, bicicleta por Colónia, Berlim e Hamburgo, visitando museus, jardins, catedrais e castelos. É que o hitchBOT antes de começar as suas viagens tem uma lista dos sítios onde gostava de ir e a que pede que o levem durante as boleias. (...)
http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/hitchbot-o-robo-que-andava-a-boleia-pelo-mundo-foi-decapitado-em-filadelfia-1703961
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Preto e Branco - LXXXIX
Michael Nyman
Halle - 2009
http://arthaus-musik.com/dvd/musik/konzert/media/details/michael_nyman_in_concert.html
Nyman
Com a música assim derramada
que busca nas planuras
de marfim?
No piano
dez dedos multiplicados
por fim.
A.Oliveira
Lugares de rio
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domingo, 2 de agosto de 2015
1955
Manuel Ribeiro de Pavia
Rosa de Guadalupe
(1955)
http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/2011/05/o-sentido-da-visao-cancioneiro.html
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Vermelho - LXXXIII
António Charrua
Voo Nocturno
(Tapeçaria de Portalegre)
http://www.mtportalegre.pt/pt/artists/view/24/1
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sábado, 1 de agosto de 2015
Cores
Cristina Mateus
(Galeria Fernando Santos - Porto)
(...)
Estes Cartões constituem um exercício estranhamente convencional. Uma parábola do dever e respectivo cumprimento. A busca como fim, não o resultado como epílogo tranquilizador. Como se encontra a cor certa? Aquele vermelho é o meu vermelho, é o vermelho que me define hoje ou é o vermelho que nos (as) define na sua banalização absoluta?
(...)
Miguel von Hafe Pérez
http://www.galeriafernandosantos.com/ex_detail.php?id=134
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