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domingo, 17 de julho de 2011

Azul - VIII



Estação da C.P. - Caminha




O comum do azul vos prolonga
a flutuar no tempo indefinível,
que se multiplica nas horas,
com a fraterna perfeição dos remos.

As navegações são tão íntimas
que a inclinação dos movimentos
nos mantém em livre acesso ao areal.

Pulsai, pulsai o cintilante sono
com o marinheiro, de afãs seguidos
que não esquece ao velho do Restelo
em sua barca de rio, possuindo o mar.

Xosé Lois García
O Som das Águas Lentas (1999)

sábado, 9 de julho de 2011

Azul - VII




Quando as paródias não se multiplicam
pelo contágio triunfal dos lábios
os arcos unificam a voz em grito
da alegria das peixeiras.

Algo dói no derradeiro eco que se sente
como se o ar mordesse, como uma fera,
a síplica das bocas que não têm final.

Horizonte de asas para a solidão do chão,
tudo é tão lindo para os amantes
que os arcos já devem ser de turbilhão.


Xosé Lois García
O Som das Águas Lentas, 1999