Isabel Parra, 1973
Há alguns anos assisti a um recital de Isabel Parra em Paris. No Teatro Aleph, do Cuervo Castro, não cabia um alfinete, e eu ouvia e olhava para a cantora, para a minha amiga que com o cuatro nas mãos originava uma múltipla transformação. Ela era uma vez mais aquela Isabel, aquela Chabela pequenina e bela, de olhos brilhantes e voz acariciante. Eu e muitos dos que lá estavam éramos de novo rapazes que rondávamos os vinte anos e nos aquecíamos com o fogo da sua voz e o vinho servido na Peña dos Parra, a salvo do frio, do perigo, da morte e dos exílios que estavam eminentes.
Luis Sepúlveda
histórias daqui e dali (2010)
Isabel Parra, Teatro Aleph, 2011
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