sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Verde - XIX

1.
(...) O movimento dos Corredores Verdes resulta de uma estratégia de planeamento iniciada no século XIX cuja importância hoje, decorrido século e meio, se encontra amplamente divulgada e reconhecida.(...)

(...) Sendo a sua origem atribuída a Frederick Law Olmsted e às influencias recebidas por ele nas suas visitas a Inglaterra, esta ideia consiste em corredores inseridos na paisagem, geralmente baseados no saneamento das linhas de água e nas formas naturais do terreno, acompanhados por vegetação natural, ou dispondo de características mais naturalizadas do que o espaço envolvente, corredores, geralmente associados ao recreio, à conservação ou protecção da diversidade biológica, ao equilíbrio ecológico e dispondo por vezes de acesso, a vistas cénicas ou históricas.
Os Corredores Verdes são entendidos como “espaços livres lineares ao longo de corredores naturais” (Charles E. Little, 1990). São Corredores Verdes por excelência as frentes ribeirinhas, os cursos de água, os festos, os canais, os caminhos cénicos, e também, muitas linhas de caminho de ferro hoje convertidas a usos de recreio, que apoiam o turismo, que ligam entre si centros de interesse, povoações, parques, reservas naturais, património natural e cultural.
Hoje, eles procuram ligar entre si os grandes e pequenos espaços e sítios naturais protegidos, as superfícies de águas interiores, os sítios históricos e outros elementos pontuais do património cultural.(...)

2. Declaração de LILLE:
(...) Nós, os participantes das Jornadas de Lille de 11 e 12 de Setembro de 2000, desejamos poder observar o desenvolvimento de uma “Rede Verde Europeia” reservada a utilizadores não motorizados, combinando maioritariamente corredores verdes e, em menor escala, estradas de tráfego reduzido e baixas velocidades ordenadas, permitindo simultaneamente uma oferta de itinerários contínuos de longas distâncias mas, igualmente, que contemple uma malha local para as deslocações de proximidade e de recreio, apoiando-se na oferta de um conjunto de serviços que garantam boa qualidade, regularidade e atracção.
Perante a análise das diferentes experiências europeias e ao estudo das definições existentes, propomos adoptar, para os corredores verdes, a definição de trabalho seguinte: “Vias de comunicação reservadas exclusivamente a percursos não motorizados, planeados e funcionando de forma integrada, que evidenciem simultaneamente, a qualidade do ambiente e a qualidade de vida das áreas envolventes. Estes caminhos devem responder a standards adequados, de largura, de declive e de pavimento, a fim de assegurar que sejam, simultaneamente, confortáveis e de baixo risco para os utilizadores, quaisquer que sejam as suas condições físicas. Neste aspecto, a utilização de caminhos rurais e de linhas de caminho de ferro desafectados, constituem um recurso importante e privilegiado para o desenvolvimento de corredores verdes”.(...)

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