"Cresce atrás das coisas como incêndio de verdade". (Rilke - trad. MariaT.Furtado)
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Franz Schubert
Franz Schubert
Impromptus Op. 90, nº 2
(1827)
Krystian Zimerman
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Amarelo - XXVIII
CINANIMA 2012
36º Festival Internacional de Cinema de Animação
Espinho
Portugal
(12-18/11/12)
Mulheres - VIII
Mulheres I
Que dizer
das mulheres?
Que são
donas
dos talheres
em que dançamos
(no gume)
escalando
o lume.
A.Oliveira
Lugares de lume
Cores
A estrela banhou de rosa a polpa de tuas orelhas
O infinito cobriu a branco de tua nuca a teu ventre
O orvalho marinho arruivou tuas tetas vermelhas
E o Homem sangrou negro a teu flanco eminente...
Arthur Rimbaud
Cartas do Visionário e mais nove poemas
Trad. Ângelo Novo
(1871)
sábado, 27 de outubro de 2012
Vermelho - XLII
Tríptico de Nossa Senhora da Misericórdia
Jan Provoost
(c. 1512-1515)
Museu Nacional de Arte Antiga
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Amor - XIV
Carta de uma universitária de Lisboa de nome Mariana a seu noivo (?) António em parte incerta
"Quantos milhares de anos somam estes três meses? E no entanto, quando zarpaste, eu não estava (e alguma vez estarei?) segura de nada. É assim a ausência a mãe da falta, deste vazio fundo em que me vadio por aí com tudo e com todos? Ou é antes no contraste de ti com isto, o que resta, o silêncio do resto, estas noitadas por aí à balda, as cadeiras serem cadeiritas, a contestação da malta uma merda que se vende em discos e cartazes, mas o que é que eu ando a fazer no meio desta gaita toda, eu que nem sequer tenho de que desertar e antes pelo contrário, enfio, enfileiro, e entregar-me, uma ova.
(...)
Mariana
29/5/71
Mariana
29/5/71
Maria Isabel Barreno
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Novas Cartas Portuguesas
(25/10/1972)
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
Amor - XIII
Primeira Carta IV
Como é que o amor é possível?
Como é que não é possível?
que mais importa:
a história de um amor?
ou um amor na História?
na estória?
30/3/71
Maria Isabel Barreno
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Novas Cartas Portuguesas
(25/10/1972)
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Branco - XLIII
Segunda Carta VIII
Irmãs:
Uma de nós perguntou:
"Mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?
E eu hoje respondo (nos) com esta frase de Reynaldo Arenas:
"Nesse tempo sentia-me só e refugiava-me na literatura"
(...)
20/6/71
Maria Isabel Barreno
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Novas Cartas Portuguesas
(25/10/1972)
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Branco - XLII
E pensar - disse para comigo - que uma das coisas que as pessoas não costumam compreender nos escritores - nos escritores sérios, pelo menos - é que não se começa por ter alguma coisa para escrever e então escreve-se sobre isso, mas porque é o processo de escrever propriamente dito que permite ao autor descobrir o que quer dizer.
Enrique Vila-Matas
Perder Teorias
(2011)
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domingo, 21 de outubro de 2012
Azul - LXXVIII
Aquele anjo ferocíssimo riscando de azul a linha dos campos.
(1995)
Prefácio de Cartas do Visionário e mais nove poemas, Arthur Rimbaud
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Azul - LXXVI
PERCEPÇÃO
Entre mergulhos
uma pedra rasa salta três vezes
na água.
E assim se divide,
assim se parte
o rio. A infância
dum lado. Do outro
a terra firme
onde isto se passou.
Pedro Mexia
Em Memória
(2000)
Entre mergulhos
uma pedra rasa salta três vezes
na água.
E assim se divide,
assim se parte
o rio. A infância
dum lado. Do outro
a terra firme
onde isto se passou.
Pedro Mexia
Em Memória
(2000)
Violeta - XIV
Quizás, Quizás, Quizás
Osvaldo Farrés
(1947)
Omara Portuondo
Ibrahim Ferrer
Roberto Fonseca (p.)
(2005?)
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Amarelo - XXVII
Leonor Noivo
A Cidade e o Sol
(2012)
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Amarelo - XXVI
José Daniel Abrunheiro
Pátria, Lugar de Exílio
(1991)
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Oumou Sangaré
Oumou Sangaré
Moussolou
Álbum Moussolou
(1989)
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terça-feira, 16 de outubro de 2012
Franz Schubert
Franz Schubert
Sonata para piano nº 21 Op. 960, 2º andamento
(1828)
Maria João Pires
(1986)
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
Preto - XXIII
Neil Young e Bob Dylan
Helpless (N.Y.)
Knockin' on Heaven's Door (B.D.)
(1975)
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Beethoven
Ludwig van Beethoven
Concerto para Violino e Orquestra, Op. 61
(1806)
Itzhak Perlman (violino)
Daniel Barenboim (maestro)
Orquestra Filarmónica de Berlim
(1992)
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Amarelo - XXV
POLAROIDS & FOTOCÓPIAS
Da realidade tens fotografias e mesmo
as que não são polaroids não resistirão
séculos, os textos com que fazes prova
ficam amarelos e desfazem-se ou são
fotocópias e esbatem-se, nada ficará,
fetichista da imortalidade, só o cuidado
inútil com que guardas tudo em pastas.
Pedro Mexia
Em Memória
(2000)
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Vermelho - XL
Estrela R Sculptoris
Telescópio Alma
(2012)
Durante a fase de gigantes vermelhas, as estrelas sofrem periodicamente pulsações térmicas. Este fenómeno corresponde a períodos de curta duração, em que se verificam explosões de combustão de hélio na concha que envolve o núcleo estelar.
Uma pulsação térmica faz com que a matéria seja expelida para fora da estrela a uma taxa muito elevada, o que origina a formação de uma grande concha de poeira e gás em torno da estrela.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
Azul - LXXIII
Carl Sagan
Pálido Ponto Azul
(1994)
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Cores
- Que poderes achas que estás a perder, Mãe? - pergunta o filho, hesitante.
- Estou a perder - diz ela divertida - o poder do desejo. - Perdida por cem, perdida por mil.
- Eu não diria que o desejo tem poder - responde John determinado, pegando na deixa. - Intensidade talvez. Voltagem. Mas não poder, potência. O desejo pode levar-nos a querer subir uma montanha, mas não nos leva ao cume.
- Que é que te levaria ao cume?
- Energia. Combustível. O que tivermos armazenado previamente.
- Energia. Queres saber qual é a minha teoria da energia, a energética de uma pessoa de idade? Não te aflijas, não tem nada de íntimo que possa deixar-te pouco à vontade, e também não tem nada de metafísico, nem uma gota. O mais materialista possível. É assim. À medida que envelhecemos, todas as partes do nosso corpo se deterioram ou sofrem de entropia, até as próprias células. É isso que significa envelhecer, de um ponto de vista material. Mesmo nos casos em que ainda estão saudáveis, as células velhas são tocadas pelas cores do Outono (uma metáfora, concordo, mas uma pitada de metáfora aqui e ali não quer dizer metafísica). Isto é o que acontece também a muitas, muitas células do cérebro. Assim como a Primavera é a estação que anseia pelo Verão, o Outono é a estação que olha para trás. Os desejos concebidos pelas células outonais do cérebro são desejos outonais, nostálgicos, com raiz na memória. Não têm já o calor do Verão; a intensidade que têm é polivalente, complexa, mais voltada para o passado do que para o futuro. Aqui tens, no fundamental, a minha contribuição para a ciência do cérebro. Que te parece?
John Maxwell Coetzee
À medida que uma mulher envelhece
(2004)
(in: Ficções-Revista de Contos, nº 14)
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Vermelho - XXXVII
Câmara do Rôbo Curiosity
Marte
(2012)
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Branco - LXXXVIII
Foram detetados os primeiros detritos de plástico no Oceano Antártico. Esta descoberta foi realizada durante uma expedição do navio de investigação francês Tara, ao longo de 70 mil milhas nos oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico que durou dois anos e meio. Esta expedição tinha como objetivo estudar a biodiversidade e os ecossistemas marinhos no âmbito das alterações climáticas.
“Sempre assumimos que este era um ambiente prístino, muito pouco tocado pelos seres humanos”, referiu Bowler Chris, coordenador científico do Tara Oceans. “O facto de termos encontrado estes plásticos é um sinal de que o alcance dos seres humanos é verdadeiramente planetário.”
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