Carta de uma universitária de Lisboa de nome Mariana a seu noivo (?) António em parte incerta
"Quantos milhares de anos somam estes três meses? E no entanto, quando zarpaste, eu não estava (e alguma vez estarei?) segura de nada. É assim a ausência a mãe da falta, deste vazio fundo em que me vadio por aí com tudo e com todos? Ou é antes no contraste de ti com isto, o que resta, o silêncio do resto, estas noitadas por aí à balda, as cadeiras serem cadeiritas, a contestação da malta uma merda que se vende em discos e cartazes, mas o que é que eu ando a fazer no meio desta gaita toda, eu que nem sequer tenho de que desertar e antes pelo contrário, enfio, enfileiro, e entregar-me, uma ova.
(...)
Mariana
29/5/71
Mariana
29/5/71
Maria Isabel Barreno
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Novas Cartas Portuguesas
(25/10/1972)
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