segunda-feira, 21 de março de 2016

Cores


DE PASSAREM AVES (II)


De como e de quando
as aves passaram
tão leves aflando,
as sombras pousando
no ar que cortaram,

falei, mas não sei
que melancolia
sentida no dia
por tarde eu lembrei
na tarde que havia.

As aves passaram
e delas falei.
Do ar que cortaram
as sombras ficaram,
mas onde, não sei.





Jorge de Sena
(18/2/1956)
Fidelidade, 1958 - Poesia II, Edições 70, Lisboa, 1988

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