"Cresce atrás das coisas como incêndio de verdade". (Rilke - trad. MariaT.Furtado)
terça-feira, 9 de maio de 2017
Vermelho - XCII
Num dia como qualquer outro
o espaço abriu-se enfim
em duas partes iguais
enquanto entre as pedras
pontualmente
nasciam entre ervas selvagens.
Então as coisas
apressaram-se a aprender a ler
a escrever e a contar.
Um carro vermelho desceu a falésia
como um cão com sede
e o sol veio pousar na minha mão.
Um cataclismo ainda criança
sem palavras
destruiu toda uma cidade.
Lá longe
abriram-se janelas
na superfície do mar.
Áfricas 67
Artur do Cruzeiro Seixas
Obra Poética - I, Edições Quasi-Fundação Cupertino de Miranda, 2002
Etiquetas:
Artur do Cruzeiro Seixas,
Poesia,
Surrealismo,
Vermelho
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário