Sempre que pronunciamos alguma coisa, desvalorizamo-la singularmente. Acreditamos ter mergulhado profundamente nos abismos, mas, quando voltamos à tona, a gota de água nas pálidas pontas dos nossos dedos já não se parece com o mar de onde provém. Sonhamos ter descoberto tesouros maravilhosos numa mina, mas quando voltamos à luz do dia apenas trazemos pedras falsas e cacos de vidro; mesmo assim, o tesouro brilha, imutável, na escuridão.
Maeterlinck
(abertura de O Jovem Törless, Robert Musil, 1906)
Sem comentários:
Enviar um comentário