Jorge Henrique Pais da Silva não necessita de apresentação. Muitos são os alunos que recordam saudosamente o mestre que a morte prematuramente roubou ao seu convívio e formação. (...)
Contudo, por entre estas recordações saudosas ainda é frequente ouvir-se, aqui e ali, o comentário segundo o qual Pais da Silva escreveu pouco ou, quanto muito, publicou pouco. Mais próxima da verdade a segunda asserção (que não é, na ocorrência, sinónima da primeira), ainda assim recobre uma certa injustiça, se atendermos que, ao falecer aos 48 anos, J. H. Pais da Silva deixa publicados mais de vinte ensaios e estudos de arte e cerca de setenta artigos para prestigiosas obras de grande consulta (...). Para os poucos mais de vinte anos de vida científica que mediaram entre a conclusão da sua tese de licenciatura, sobre o barroco da Maia, em 1955, e a morte, em 1977, apenas se poderá dizer que Pais da Silva subalternizou a publicação dos seus escritos, absorvido como viveu pelas funções pedagógicas de formação de sucessivas gerações, a que votou total dedicação e que encarava como parte integrante do seu labor científico.
Fernando António Baptista Pereira
in Estudos sobre o Maneirismo, Jorge Henrique Pais da Silva (Apresentação)
(1982)
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