Devo estar a ficar velho. E no entanto, sem que me dê conta, ainda me acontece apalpar a algibeira à procura da fisga. Ainda gostava de ter um canivete de madrepérola com sete lâminas, saca-rolhas, tesoura, abre-latas e chave de parafusos. (...)
Pensando bem (e digo isto ao espelho), não sou um senhor de idade que conservou o coração menino. Sou um menino cujo envelope se gastou.
António Lobo Antunes
Público Magazine, 1/8/1993
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