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Wilder: Ao longo do percurso como anilhador, qual é a captura que mais gosta de lembrar?
Paulo Tenreiro: Gosto de lembrar a única vez que anilhei umMonticola solitarius [Melro-azul]. Em 2000, estava na zona da barragem de Santa Luzia – Pampilhosa da Serra, juntamente com o Carlos Carvalho, a fazer trabalho de campo para o Segundo Atlas das Aves Nidificantes em Portugal. Como era habitual, a viatura estava cheia de caixotes com material, além de um fogão e de uma mala térmica com comida. Estacionámos na beira da estrada e começámos a preparar o almoço. “Pelo sim pelo não, ó Carlos, enquanto descascas a cebola, eu monto aqui duas redes nestes matos”, disse eu.
Nada foi capturado até ao final do almoço, até que observei no topo da encosta uma ave, que devido à distância não consegui identificar. Levantou voo e foi deslizando ao longo da encosta, até conseguir perceber a espécie e ver que tinha acabado de cair na rede. Nunca tinha corrido tanto por cima de silvas e tojo, mas também nunca tinha rido tanto a anilhar uma ave até essa data.
http://www.wilder.pt/historias/paulo-tenreiro-anilhou-mais-de-7000-aves-selvagens-num-so-ano/
Melro Azul
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