sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Preto e Branco - XLII


O POEMA



Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na
floresta nocturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição
de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.


Mario Quintana 
O Aprendiz de Feiticeiro 
(1950)

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