A hegemonia do romance do nosso tempo, melhor dizendo, a pandemia romanesca que levou, há alguns anos, o francês Henri Meschonnic - autor de uma vasta obra de teoria literária, tradutor da Bíblia e poeta - a dizer, num livro de 2001, que o romance é o cancro da literatura (...) não pode ser compreendida se não a ligarmos ao triunfo do jornalismo e das técnicas de storytelling. (...)
Em França, pela rentrée (Setembro/Outubro), publicam-se sete a oito centenas de novos romances. A maior parte deles, poucos meses depois, tem um destino muito francês: a guilhotina. Mas os editores apostam na lei da estatística: entre tantos, o ínfimo número que triunfa conquista um mercado de milhões.
António Guerreiro
Atual, 15/1/2011
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