O fim do mundo, sim. O começo do mundo, o big bang ou outra hipótese mais mítica, pouco me interessam. Mesmo a ideia de um paraíso cheio de maçãs, uma nudez sem história nem pecado, e uma serpente a insinuar-se em conversas melosas, não me farão levantar o rabo da cadeira.
Já o fim do mundo sim. Quero, gostava de saber como é que esta horripilante aventura vai acabar, o que fará o apocalipse à colecção de Joe Berardo no CCB, à dívida soberana de Passos e Gaspar, ao aquecimento global da RTP. Acabará tudo à grega, com um bang, kuduro e a longínqua estridência de uma ópera chinesa ou vai tudo acabar à portuguesa, mais um suspiro do que num estrondo, um acorde plangente de guitarra e depois o vazio? (...)
Manuel S. Fonseca
O Fim do Mundo - Actual, jornal Expresso, 8/09/2012
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