(…)
Uma biblioteca, como sabe
qualquer amante de livros, é constituída também, ou talvez sobretudo, por
livros que ainda não lemos: o saber que acumulam não respeita apenas ao passado
– os já lidos – mas constitui antes uma ferramenta de conhecimento por revelar
no futuro – à nossa espera, do dia em que tenhamos tempo, real ou imaginário,
para eles. Mas porque nos custa tanto desfazermo-nos de obras, incluindo
menores, que calculamos nunca vir a consultar? Independentemente da função
utilitária e formativa, existe, na relação dos amantes dos livros com os
livros, um vínculo amoroso que não deixa de ser obsessivo (…)
Ana Cristina Leonardo
Jornal Expresso, 2/10/2015
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